Mundo Frio reúne histórias em estilo HQ. Escritas e desenhadas em caráter experimental pelo escritor, artista gráfico e jornalista Alexandre Carvalho, a novela gráfica aborda o quotidiano de pessoas e suas escolhas; tendo por bases que cada pessoa tem a sua função neste mundo, e que as escolhas são as senhoras de todos os destinos.

Não por acaso, a estética das histórias é toda baseada na Bauhaus e completamente construída através de um programa de computador. A arte é vetorizada na essência. O trabalho, conforme o autor, é totalmente “mousefaturado”. Ou seja, não há contato manual direto ao construir os desenhos. Justamente para, em tese, conferir a necessária frieza que dá título à obra.

Mas, se tal premissa será mesmo verdadeira, é exatamente onde mora o desafio.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Breve História da Bauhaus

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A Bauhaus é uma escola de design, artes visuais, arquitetura e música de vanguarda que funcionou, primeiramente, entre 1919 e 1933 na Alemanha. A escola foi uma das maiores e mais importantes expressões do Modernismo no design e na arquitetura, sendo a primeira escola de design do mundo.

A Bauhaus foi fundada por Walter Gropius em 25 de abril de 1919, com a intenção primária de ser uma escola combinada de arquitetura, de artesanato e uma academia de artes. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, Gropius pressentiu que começava um novo período da história e decidiu que a partir daí dever-se-ia criar um novo estilo arquitetônico que refletisse essa nova época. O seu estilo, tanto na arquitetura, quanto na criação de bens de consumo, primava pela funcionalidade, custo reduzido e orientação para a produção em massa, sem jamais limitar-se apenas a esses objetivos. O próprio Gropius afirma que antes de um exercício puro do racionalismo funcional, a Bauhaus deveria procurar definir os limites deste enfoque, e através da separação daquilo que é meramente arbitrário do que é essencial e típico, permitir ao espírito criativo construir o novo sobre a base tecnológica já adquirida pela humanidade. Por essas razões Gropius queria unir novamente os campos da arte e artesanato, criando produtos altamente funcionais e com atributos artísticos. Ele foi o diretor da escola de 1919 a 1928, sendo sucedido por Hannes Meyer e Ludwig Mies van der Rohe.

Após uma mudança nos quadros do governo, em 1925, a escola mudou-se de Weimar para Dessau, cujo governo municipal naquele momento era de esquerda. Uma nova mudança ocorreu em 1932, para Berlim, devido à perseguição do recém implantado governo nazista.

Em 1933, após uma série de perseguições por parte do governo hitleriano, a Bauhaus foi fechada, por ordem do governo. Os nazistas opuseram-se à Bauhaus durante a década de 1920, bem como a qualquer outro grupo que não tivesse uma orientação política de direita. A escola foi considerada uma frente comunista, especialmente porque muitos artistas russos trabalhavam ou estudavam ali. Escritores nazistas como Wilhelm Frick e Alfred Rosenberg argumentavam abertamente que a escola era "antigermânica”, e desaprovavam o seu estilo modernista. Contudo, a Bauhaus teve impacto fundamental no desenvolvimento das artes e da arquitetura do ocidente europeu, e também dos Estados Unidos e Israel nas décadas seguintes, para onde se encaminharam muitos artistas exilados pelo regime nazista. A Cidade Branca de Tel Aviv, em Israel, que contém um dos maiores espólios de arquitetura Bauhaus em todo o Mundo, foi classificada como Patrimônio Mundial em 2003. A escola Bauhaus também influenciou imensamente a América do Sul, tendo como seu principal representante o arquiteto Oscar Niemeyer. A jovem capital brasileira, Brasília, foi projetada há 52 anos sob as tendências modernas e funcionalistas inauguradas pelo bauhasianismo. Todo o plano-piloto, incluindo, tanto os edifícios residenciais, quanto as construções públicas, são exemplos e ícones dessa arte, em sua excelência.

Apesar de ter passado por diversas alterações em seu perfil de ensino à medida que a direção da escola evoluía, a Bauhaus, de uma forma geral, acreditava que os seus próprios métodos de ensino deveriam estar relacionados às suas propostas de mudanças nas artes e no design. Um dos objetivos principais da Bauhaus era unir artes e produzir artesanato e tecnologia. A máquina era valorizada, e a produção industrial e o desenho de produtos tinham lugar de destaque.

O “Vorkurs” – literalmente "curso preparatório" –, era exigido a todos os alunos e ministrado nos moldes do que é o moderno Curso de Desenho Básico, fundamental em escolas de arquitetura por todo o mundo. Não se ensinava história na Bauhaus durante os primeiros anos de aprendizado, porque acreditava-se que tudo deveria ser criado por princípios racionais ao invés de ser criado por padrões herdados do passado. Só após três ou quatro anos de estudo o aluno tinha aulas de história, tudo para não influenciar suas criações.

Atualmente a Bauhaus de Weimar mantém a sua liderança como uma das melhores universidades da Alemanha, lecionando, sobretudo, no ramo da arquitetura, mas estando também integrada em um núcleo de outros polos de ensino ligado às artes e de onde se destacam o design, a media, a música, entre outros. O ensino da Bauhaus encontra-se intrínseco na própria forma de lecionar da escola atualmente, baseando-se muito na experimentação prática de ideias e na realização de seminários e workshops para confronto de conhecimentos.

O edifício inicial projetado por Walter Gropius sofreu inúmeras modificações após a Segunda Guerra. Em 1994 iniciou-se um processo de reforma visando restabelecer ao edifício sua condição original. O empreendimento foi promovido pela Fundação Bauhaus e coordenado pela arquiteta Monika Markgraf. Devido a inexistência do projeto original, o trabalho foi árduo e concluído somente em 2007. Ainda hoje é o edifício principal do polo da universidade, destacando-se o escritório de Walter Gropius que é mantido inalterado.

Abaixo, alguns nomes  de professores, artistas e arquitetos ligados à Bauhaus e ao seu estilo original:

Walter Gropius
Anni Albers
Josef Albers
Mies Van Der Rohe
Marcel Breuer
Lyonel Feininger
Johannes Itten
Wassily Kandinsky
Paul Klee
Gerhard Marks
László Moholy-Nagy
Georg Muche
Hinnerk Scheper
Oskar Schlemmer
Joost Schmidt
Lothar Schreyer
Gunda Stölzl
Marianne Brandt
Dietmar Starke
Omar Akbar



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